sexta-feira, 15 de junho de 2012
Mais uma "barreira dourada" cai...
Especialistas agora dizem que é bem capaz que alugmas das pinutras de caverna mais renomeadas da Europa não foram fetias por H.Sapiens Sapiens e sim por H. Neanderthalensis.
Se isto for factual, significa que nossos primos mais próximos (e a única coisa que poderiamos chamar de uma subespécie, ou "raça", dentro da humanidade moderna) tinham a capacidade para o pensamento simbólico e abstrato e, talvez, até desenvolveram essa capacidade indepentemente do H. Sapiens Sapiens.
Pinturas podem ser feitas por neanderthais.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Jogo de Tribos (alunos da Biologia, Cultura e a Questão de Raça)

Gente,
Na terça feira, dia 8, vamos reunir na churrascaria do NUPEM para fazer um jogo chamado de Tribos.
O jogo retrata da vida humana na alvorada da revolução cultural do paleolítico superior, +/- 50.000 anos atrás. Antes de jogar, porém, vocês devem ler as regras básicas do jogo, que podem ser encontradas aqui:
Regras para "Tribos"
domingo, 25 de setembro de 2011
Jogo essa semana como atividade de aula: Tribos
Essa semana vai rolar um jogo como atividade de aula: Tribos, por Steve Jackson e David Brin. Vocês que gostariam de ler as regras antes do evento pode encontrá-las aqui: Tribos.
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
A Extinção da Megafauna Americana, 11.500-10.900 A.C>
Tivemos um debate na aula da terça sobre a extinção dos assim-chamados "megafauna" nas Américas e em outros lugares do planeta.
"Megafauna" quer dizer "animais gigantes" e refere-se, neste caso, a um conjunto de grandes mamíferos (mamutes, cavalos, etc.) que ficaram extintos nas Américas mais ou menos na mesma época em que a humanidade migrou-se para essa área do planeta - a hipótese óbvia, neste caso, sustentado por alguns de vocês - é que o Homem o Caçador eliminou esses bichos. A maior prova dessa hipótese é que quase toda região (fora da massa continental principal de África-Europa-Ásia) tem sofrida extinções semelhantes imediatamente após da chegada de seres humanos.
Certamente, a caça humana parece ter sido um fator - e talvez o fator predominante - na extinção desses animais. Tal hipótese parece sustentada pela velocidade com que o Bison quase foi eliminada da paissagem americana após da chegada dos europeus.
Todavia, existem outras hipóteses que devem ser examinadas aqui...

Em primeiro lugar, embora a humandidade, com certeza, eliminou algumas espécies através da caça, essas também poderiam ter sido eliminadas através da competição para os mesmos recursos. E devemos sempre lembrar que enormes mudanças climáticas estavam acontecendo no mundo nesse momento, deixando essas espécies vulneráveis à pressões adicionais. Muitas espécies de animais que não eram caçadas por humanos também desapareceram nessa mesma época: obviamente, então, temos que levar fatores além da caça em conta quando falamos dessas extinções.
(Acima, "Luzia", reconstrução de uma mulher que teria vivida perto de Lagoa Santa, Minas Gerais, pelo menos 11.000 anos atrás, baseada em fósseis recolhidos no lugar.)
Em segundo lugar, nas últimas décadas, uma briga enorme tem nascida na arqueologia sobre a data da primeira colonização humana das américas. Existem boas evidências de que precisamos empurrar a história humana das américas mais umas milenias no passado. Não existe mais concenso, entre os arqueólogos, que os primeiros humanos ocuparam as américas na mesma época que as extinções da megafauna. Uma discussão dessas novas teorias pode ser encontrada aqui, entre páginas 168 e 184. Vale a pena ler, pois foram cientistas brasileiros que descobriram boa parte dessas novas informações.
De fato, estou pensando em fazer essa leitura obrigatória, então por favor, vai lendo! É só 16 páginas e essas são bem legíveis.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Cronograma das Aulas, Semestre 2, 2011
Biologia, Cultura e a Questão de Raça
Professor Dr. Thaddeus Gregory Blanchette Código: MAB111 3ª Feiras: 13-17h
Ementa:
O objetivo do curso é discutir o conceito de raça e como essa idéia tem sido aplicada historicamente aos seres humanos na luz dos entendimentos da Antropologia Cultural. Apresentaremos as noções de natureza e de cultura, discutindo a interação entre o social e o biológico. Olharemos para a raça como conceito biológico e como isso tem sido aplicado aos seres humanos, tocando nas histórias imbricadas de racismo e racialismo. Detalharemos a antropologia como campo de conhecimento e discutiremos a evolução humana na luz do conceito do superorgânico de A.E. Kroeber. Apontaremos as distinções entre o conceito de distribuição clinática de atributos versus o modelo racialista. O intuito do curso é posicionar os alunos de Ciências Biológicas frente às principais discussões sobre a questão da (não) existência das raças humanas.
Avaliação:
A nota do curso será determinada a partir da seguinte formulário:
- 10% presença. O aluno que não comparecer a pelo menos 75% das aulas será reprovado.
- 45% Participação na aula. Leitura e discussão dos textos. Entrega dos trabalhos práticos.
- 45% Trabalho final. Não mais que 10 páginas, espaço 1,5, letra Times New Roman tamanho 12, sem contar a bibliografia.
Informações de contato para Professor Thaddeus:
Fone: 21-9871-1963 E-mail: macunaima30@yahoo.com.br
Horário para consultas individuais: 3ª feira, 10:00-13:00hs, na cantina ou em meu escritório.
Semana 1
Introdução ao curso; apresentação de regras referentes aos trabalhos escritos; organização de grupos de trabalho.
Semana 2
O que é raça?
Leitura: Luigi Luca Cavalli-Sforza, Genes, Povos e Línguas. Capítulo 1.
Semana 3
A evolução humana. Distribuição clinática de genes versus o conceito de raça.
Semana 4 e 5
O homem no conceito antropológico.
Apresentação de Laraia, por grupos.
Leitura: Luigi Luca Cavalli-Sforza, Genes, Povos e Línguas. Capítulo 6. Leitura opcional: Kuper, The Chosen Primate. Capítulos 3 e 4.
Filme: Casamento de Grego.
Semana 6 A evolução de cultura.
Filme: Enterra Meu Coração ao Beira do Rio
Semana 7 Jogo: Tribos
Leitura: Hitler, Minha Luta (seleções a serem indicadas por Professor Thaddeus).
Semana 8 e 9
Noções clássicas de raça: do Darwin ao Hitler.
Filme: A Outra História Americana
Leitura: Gould, A Falsa Medida do Homem.
Semana 10 e 11
A história da biometria
Apresentação de Gould, por grupos
Leitura: Luigi Luca Cavalli-Sforza, Genes, Povos e Línguas. Capítulo 3. Leitura opcional: Brace, Race is a four letter word. Capítulos 1, 17, 18 e 19.
Leitura: Barth, “Introdução”
Semana 12
Vinhos velhos em garrafas novas? Novas idéias sobre a biologia humana.
Etnicidade versus raça: a perspectiva antropológica.
Leitura: Freyre, Casa Grande e Senzala; Cuikerman, Yes, nos temos Pasteur; Schwartz, O espectáculo das raças. Maio: Raça, ciência e sociedade.
Semana 13-15
Raça e eugenia no Brasil.
Apresentações dos grupos
Filme: Sonhos Tropicais.
Trabalho Final - Individual
Encontrar um argumento científico racista na internet; apresentar o argumento, explicando a posição do autor; usando a bibliografia e idéias apresentadas na aula, analisa e critica o argumento do autor.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BARTH, F. “Introduction”. In: Ethnic Groups and Boundaries. George Allen & Unwin. 1969.
BRACE, C. L. Race is a Four Letter Word: The Genesis of the Concept. NYC: Oxford University Press. 2005
CAVALLI-SFORZA, L.L. Genes, Povos e Línguas. SP: Companhia das Letras. 2000.
GIDDENS, A. Sociologia. SP: Artmed Editora. 2005.
GOULD, S.J. A Falsa Medida do Homen. SP: Martins Fontes. 2003.
HITLER, A. Minha Luta. (http://www.reidoebook.com/2009/03/rei-do-ebook-minha-luta.html)
KUPER, A. The Chosen Primate. London: Harvard University Press. 1994.
LARAIA, R Cultura: Um Conceito Antropológico. RdJ: Jortge Zahar. 2005.
FREYRE, G Casa Grande e Senzala. Recife: Fundação Gilberto Freyre. 1992.
Blog da turma: http://racabionupem.blogspot.com/ Isto será usado para discutir ou comentar o material apresentado nas aulas. Os comentários podem ser anônimos. Tambem pode ser usado para distribuir textos.
sábado, 9 de julho de 2011
Artigo fascinante sobre a Q.I. e como essa muda situacionalmente
Pode estar chegando tarde para alguns de vocês, mas segue abaixo um artigo fascinante, em inglês, sobre como a Q.I. pode variar de acordo com as circunstâncias. Resumindo, o argumento é que a pobreza cria suas próprias condições mentais. Ser pobre significa gastar recursos mentais só para sobreviver. Um exemplo: camponeses indianos fazem bem melhor em testes de Q.I. imediatamente após da colheita da cana - quando são relativamente prósperos - do que em outros momentos do ano, quando precisam preocupar-se sobre o dinheiro.
O parte mais importante do artigo é marcado em amarelo.
The Unexamined Society
David Brooks, New York Times, 7.7.2011
Fortunately, today we are in the middle of a golden age of behavioral research. Thousands of researchers are studying the way actual behavior differs from the way we assume people behave. They are coming up with more accurate theories of who we are, and scores of real-world applications. Here’s one simple example:
When you renew your driver’s license, you have a chance to enroll in an organ donation program. In countries like Germany and the U.S., you have to check a box if you want to opt in. Roughly 14 percent of people do. But behavioral scientists have discovered that how you set the defaults is really important. So in other countries, like Poland or France, you have to check a box if you want to opt out. In these countries, more than 90 percent of people participate.
This is a gigantic behavior difference cued by one tiny and costless change in procedure.
Yet in the middle of this golden age of behavioral research, there is a bill working through Congress that would eliminate the National Science Foundation’s Directorate for Social, Behavioral and Economic Sciences. This is exactly how budgets should not be balanced — by cutting cheap things that produce enormous future benefits.
Let’s say you want to reduce poverty. We have two traditional understandings of poverty. The first presumes people are rational. They are pursuing their goals effectively and don’t need much help in changing their behavior. The second presumes that the poor are afflicted by cultural or psychological dysfunctions that sometimes lead them to behave in shortsighted ways. Neither of these theories has produced much in the way of effective policies.
Eldar Shafir of Princeton and Sendhil Mullainathan of Harvard have recently, with federal help, been exploring a third theory, that scarcity produces its own cognitive traits.
A quick question: What is the starting taxi fare in your city? If you are like most upper-middle-class people, you don’t know. If you are like many struggling people, you do know. Poorer people have to think hard about a million things that affluent people don’t. They have to make complicated trade-offs when buying a carton of milk: If I buy milk, I can’t afford orange juice. They have to decide which utility not to pay.
These questions impose enormous cognitive demands. The brain has limited capacities. If you increase demands on one sort of question, it performs less well on other sorts of questions.
Shafir and Mullainathan gave batteries of tests to Indian sugar farmers. After they sell their harvest, they live in relative prosperity. During this season, the farmers do well on the I.Q. and other tests. But before the harvest, they live amid scarcity and have to think hard about a thousand daily decisions. During these seasons, these same farmers do much worse on the tests. They appear to have lower I.Q.’s. They have more trouble controlling their attention. They are more shortsighted. Scarcity creates its own psychology.
Princeton students don’t usually face extreme financial scarcity, but they do face time scarcity. In one game, they had to answer questions in a series of timed rounds, but they could borrow time from future rounds. When they were scrambling amid time scarcity, they were quick to borrow time, and they were nearly oblivious to the usurious interest rates the game organizers were charging. These brilliant Princeton kids were rushing to the equivalent of payday lenders, to their own long-term detriment.
Shafir and Mullainathan have a book coming out next year, exploring how scarcity — whether of time, money or calories (while dieting) — affects your psychology. They are also studying how poor people’s self-perceptions shape behavior. Many people don’t sign up for the welfare benefits because they are intimidated by the forms. Shafir and Mullainathan asked some people at a Trenton soup kitchen to relive a moment when they felt competent and others to recount a neutral experience. Nearly half of the self-affirming group picked up an available benefits package afterward. Only 16 percent of the neutral group did.
People are complicated. We each have multiple selves, which emerge or don’t depending on context. If we’re going to address problems, we need to understand the contexts and how these tendencies emerge or don’t emerge. We need to design policies around that knowledge. Cutting off financing for this sort of research now is like cutting off navigation financing just as Christopher Columbus hit the shoreline of the New World.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
28.06.2011 Os Garotos da Minha Vida
O filme desse quarta feira foi Os Garotos da Minha Vida, direcionado por Penny Marshall. O filme retrata da vida de Beverly, uma garota inteligente de uma pequena cidade no interior dos EUA que, em 1967, fique grávida aos 15 anos de idade.
A discussão após do filme levantou algumas questões que vocês podem explorar em seus trabalhos finais, a cerca da interação entre culturas (na construção do gênero) e corpos físicos:
1) Em primeiro lugar, a relação de Beverly e seu pai foi altamente modificado pelo fato que a Beverly se transformou fisicamente de menina em mulher. Descreve algumas dessas mudanças no relacionamento dos dois.
2) A história inteira gira em torno do fato da gravidez de Beverly, que fique grávida aos 15 anos de idade. A gravidez é um fato biológico. No entanto, grandes mudanças socio-culturais tendem a acompanhá-la. Quais eram algumas dessas mudanças no caso de Beverly?
3) Como vimos anteriormente no filme Meninas, a gravidez em muitas culturas significa que a mulher e seu parceiro são adultos. No caso de Beverly, seu corpo era adulto, mas ela ainda era considerada criança quando ficou grávida. Quais eram alguns dos problemas que essa contradição causou para Beverly e sua amiga Fay, também adolescente e grávida?
4) Quais eram as consequências sociais para as mulheres que ficaram grpavidas no filme (Fay e Beverley)? E para os pais de seus filhos (Bobby e Ray)?
5) Quais eram algumas das consequências da decisão de Beverly de expulsar Ray da casa? Você acha que ela estava correta nessa decisao? Porque?
6) Finalmente, o filme demonstra que, embora é preciso (pelo menos por enquanto) duas pessoas para fazer um filho, talvez essas duas pessoas não devem constituir casal. Você acha melhor manter dois pais embaixo da mesma telhjado, mesmo que tiveram grandes conflitos? (Nota que não tem resposta correta para essa pergunta, mas você deve sustentar sua opinião com argumentos que vem dos textos: i.e. quais são algumas das possíveis efeitos socio-culturais de uma pessoa criar uma criança sozinha?)
Assinar:
Postagens (Atom)