terça-feira, 28 de setembro de 2010
Ementa, Antropologia Cultural - Enfermagem, 2.2010
FCA 218 – Antropologia Cultural - Enfermagem
Prof. Thaddeus Gregory Blanchette
2010- 2
Quartas, 13:00 às 17:00
O curso é uma introdução básica à antropologia cultural, com ênfase em discussões sobre o corpo e sua constituição sociobiológico. A avaliação do curso se dará por participação nas aulas (apresentação e discussão de textos) e um trabalho final, que será entregue em dezembro.
As informações de contato para o professor são: 21-9781-1963, macunaima30@yahoo.com.br.
Nossa turma tambem terá um blog, através do qual eu tentarei distribuir informações e textos.
29/09 Apresentação do curso: A Antropologia como campo de conhecimento.
Miner, Horace. “Ritos Corporais entre os Sonacirema” In: A.K. Rooney e P.L. de Vore (orgs) You and the Others - Readings in Introductory Anthropology. Cambridge: Erlich, 1976.
06/10 A Antropologia e as demais ciências sociais; as concepções de sociedade e cultura.
DaMatta, Roberto. Relativizando: Uma Introdução à Antropologia Social. Rio de Janeiro: Rocco, 1982. 1ª Parte (17-58)
13/10 As noções de natureza e cultura e desenvolvimento da antropologia. Antropologia como resposta ao etnocentrismo.
Laraia, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.
20/10 A pesquisa de campo e a etnografia como método de fazer teoria em Antropologia.
Malinowski, B. ‘Introdução’. Argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Abril Cultural, 1922. Introdução.
Foote-Whyte, William. A Sociedade da Esquina. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2005.
03/11 Raça, e a evolução humana: o social e o biológico.
Gould, Steven J. A Falsa Medida do Homen. SP: Martins Fontes, 2003. Introdução.
Luigi L. Cavalli-Sforza. Genes, povos e línguas. São Paulo, Companhia das Letras, 2003.
10/11 Sexo e Gênero
Laqueur, Thomas. Inventando o Sexo Corpo e Genero, dos Gregos a Freud. SP: Relume Dumara, 2009.
17/11 A Antropologia na Saúde
Porto, Madge, Cecilia McCallum, Russel Parry Scott, Heloísa Mendonça de Moraes 2003. ‘A saúde da mulher em situação de violência: Representações e decisões de gestores/as municipais do Sistema Único de Saúde’. Caderno de Saúde Pública 19(Sup. 2): S243-S252.
McCallum, Cecília e Ana Paula dos Reis 2006. ‘Resignificando a dor e superando a solidão: experiências do parto entre adolescentes de classes populares atendidas em uma maternidade pública de Salvador’. Caderno de Saúde Pública 22(7): 1483-1491.
Souza, Iara Maria Almeida de 2007. ‘Produzindo Corpo, Doença e Tratamento no Ambulatório: Apresentação de Casos e Registros em Prontuário’. Mana. Estudo de Antropologia Social 13(2): 471-496.
Um novo semestre!
Após de várias tentativas apoidas por Professores José e Lisia, não consegui permissão do IFCS para abrir um turma de antropologia cultural no NUPEM este semestre.
Todavia, estarei dando a matéria no Polo Universitário para o Curso de Enfermagem nas quartas, das 13-17 horas e qualquer um que quer participar, pode. A aula vai começar amanha.
Adicionalmente, estarei organizando um grupo de estudos sobre metodologias qualitativas e pesquisas de sexo/prostituição no Polo quartas a noite, das 17:30-21:30. Qualquer um pode tambem participar desse grupo, cujo objetivo será a organização de uma pesquisa sobre prostituição e DSTs em Macaé e, potencialmente, a abordagem de um artigo sobre esse tema.
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Um biólogo norte-americano discute o funcionamento do cérebro
O artigo é escrito em inglês, infelizmente, mas Dr. PZ Myers, biólogo da Universidade de Minnesota, faz um argumento excelente sobre a complexidade do cérebro humano e porque isto seria dificilmente reproduzido por meios artificiais no futuro próximo.
Vocês podem ler o artigo aqui.
O interessante do argumento de PZ é que ele também destroi algumas das variações mais modernas do biodeterminismo que econtramos por aí. Mesmo sabendo, por exemplo, o código genético para formar um cérebro, não vamos poder construir um cérebro, pois esse se forma em interação desenvolvimental com seu meio ambiente. Ou seja, como artefato biológico, ou cerebro humano é tanto o resultado do treinamento e meio ambiente quanto ele é da genética.
Isto salienta, mais uma vez, um ponto que discutimos na aula: a divisa entre nature e nurture está cada vez mais se revelando como uma divisa falsa. Seu condicionamento cultural se transforma em fato biológico e vice versa.
Vocês podem ler o artigo aqui.
O interessante do argumento de PZ é que ele também destroi algumas das variações mais modernas do biodeterminismo que econtramos por aí. Mesmo sabendo, por exemplo, o código genético para formar um cérebro, não vamos poder construir um cérebro, pois esse se forma em interação desenvolvimental com seu meio ambiente. Ou seja, como artefato biológico, ou cerebro humano é tanto o resultado do treinamento e meio ambiente quanto ele é da genética.
Isto salienta, mais uma vez, um ponto que discutimos na aula: a divisa entre nature e nurture está cada vez mais se revelando como uma divisa falsa. Seu condicionamento cultural se transforma em fato biológico e vice versa.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
NOTAS!!!!
Gente, aqui estão!
Não recebi trabalhos finais de Caliandra, Luan, ou Marcele. Luan já me falou sobre sua situação e Marcele saiu com nota de 5,0, mesmo sem ter entregado o último trabalho. Todavia, Caliandra saiu com nota de 4,7. Portanto, Caliandra, se você está acompanhando essas notícias e acha que fiz um erro, manda uma mensagem para macunaima30@yahoo.com.br. Quaisquer outras perguntas podem ser encaminhadas pelo mesmo endereço. Estarei no Polo Universitário na quarta que vem. se tiver duvidas, não hesite em marcar uma reunião! Também tenho todas as provas finais para devolver.
Em geral, as notas foram boas. Parabens a todos!
Não recebi trabalhos finais de Caliandra, Luan, ou Marcele. Luan já me falou sobre sua situação e Marcele saiu com nota de 5,0, mesmo sem ter entregado o último trabalho. Todavia, Caliandra saiu com nota de 4,7. Portanto, Caliandra, se você está acompanhando essas notícias e acha que fiz um erro, manda uma mensagem para macunaima30@yahoo.com.br. Quaisquer outras perguntas podem ser encaminhadas pelo mesmo endereço. Estarei no Polo Universitário na quarta que vem. se tiver duvidas, não hesite em marcar uma reunião! Também tenho todas as provas finais para devolver.
Em geral, as notas foram boas. Parabens a todos!
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Trabalhos Finais
Tentei esperar ao máximo que podia ontem para receber os trabalhos. Todavia, com a chuva ameaçando, tive que ir andando lá pelas 5:45.
Aparentemente, 4-5 alunos estavam tendo dificuldades em imprimir os trabalhos finais e não podiam me entregar no dia marcado. Minha sugestão, então, é mandar esses pelo correio:
Thaddeus Blanchette
R. Santa Cristina 171, Apto. 301s
Rio de Janeiro, RJ, 20241-250
Estarei em Macaé a semana que vem pelos eventos do inverno fazendo ciência. Todavia, estarei no Polo e não no NUPEM, então acho melhor mandar os trabalhos que faltam.
Abraços e boas férias para todo mundo!
Aparentemente, 4-5 alunos estavam tendo dificuldades em imprimir os trabalhos finais e não podiam me entregar no dia marcado. Minha sugestão, então, é mandar esses pelo correio:
Thaddeus Blanchette
R. Santa Cristina 171, Apto. 301s
Rio de Janeiro, RJ, 20241-250
Estarei em Macaé a semana que vem pelos eventos do inverno fazendo ciência. Todavia, estarei no Polo e não no NUPEM, então acho melhor mandar os trabalhos que faltam.
Abraços e boas férias para todo mundo!
domingo, 4 de julho de 2010
Biologia, Cultura e a Questão da Raça
A prova deve ser entregue ao professor (e NÃO por e-mail) no dia 14.07.2010, imprescindivelmente.
A prova representará 45% de sua nota pelo semestre. Escolha TRÊS perguntas das seis apresentadas, e responda a elas utilizando as leituras e notas da aula. Adicionalmente, você terá que responder OBRIGATORIAMENTE a pergunta número 7. (Então você responderá a um total de 4 perguntas.)
O número total de páginas deve ser entre 5 a 10. O trabalho terá que ser feito em Times New Roman 12, espaço um e meio, e impresso em tinta preta. Não aceitarei, sob hipótese alguma, textos escritos a mão.
Cada resposta deve ser apresentada como um mini-ensaio, ou seja, é sua responsabilidade incluir atribuições corretas e uma lista bibliográfica das fontes que você usou para preparar a resposta.
Atribuições devem ser incluídas no texto cada vez que você cita as palavras de outro autor ou use as ideias de outro autor. Nota-se que você nunca pode fazer atribuições demais e o uso correto de atribuições é sua única defesa contra acusações de plágio. Como fazer uma atribuição? Simples: em parenteses, assim, logo após do material em questão (SOBRENOME DE AUTOR, data de publicação: página de onde retirou o material). Então, se você quer citar, por exemplo o Barth sobre a etnicidade, a atribuição correta seria (BARTH, 2000: pagina tal). Se a ideia do autor é geral, só cita seu nome e a data. Se você não tem a data de publicação da obra, isto pode ser facilmente encontrada na internet, buscando pelo título. Em última instância, você pode usar “s/d” (que indica “sem data”).
Para com a bibliografia, ela fica ao final de seu trabalho e deve incluir todos os autores e obras que você citou em suas respostas, listadas em ordem alfabética pelo sobrenome do autor. Cada entrada na lista deve ser assim:
SOBRENOME, Nome. Data de publicação. Título. Título da coletânea, se tiver. Cidade de publicação: editor.
Então no caso de Barth...
BARTH, Fredrik. 2000. “Os grupos étnicos e suas fronteiras”. Em O Guru, O Iniciador. Rio de Janeiro: Contra Capa.
Não esqueça de incluir seu nome numa página de rosto!
As Perguntas Livres (escolha 3 dos 6)
1) Descreva os conceitos de racismo, racialismo e determinismo biológico. Quais são as semelhanças e diferenças que são aparentes entre esses conceitos? Dê um exemplo bem delineado de cada um desses conceitos em uso cotidiano.
2) Descreva a evolução da noção de “cultura”. Quais eram as principais mudanças no uso desse conceito no decorrer de sua história? O que seria determinismo cultural?
3) Dê uma definição adequada dos conceitos de raça e etnicidade; compare e contraste esse dois conceitos.
4) O que é o superorgânico? Quais são suas prováveis raízes biológicas? Somos ou não, enfim, meramente seres biológicos? Argumente sua opinião com o material da aula.
5) Seguindo a obra de Gould, apresente três exemplos históricos de como reificação e determinismo tem se combinado com interesses sócio-políticos para criar explicações deterministas e biológicas para a desigualdade entre seres humanos.
6) Como vemos na aula, racismo dificilmente é fruto de ignorância só: ele tende a ser mobilizado de acordo com determinados interesses políticos (entendendo a "política", neste sentido, como o conflito e competição interpessoal). Use sua própria experiência de vida e descreve um encontro que você teve com racismo, racialismo, determinismo biológico, ou etnocentrismo, referenciando as obras utilizadas no curso para analisar o acontecimento. Quais eram, a seu ver, as prováveis razões políticas ou pessoais que instigaram a mobilização do "-ismo" neste caso?
Pergunta Obrigatória
7) A obra do antropólogo Gilberto Freyre, Casa Grande e Senzala, é certamente um dos documentos mais influentes sobre a raça já escrito por um brasileiro. Como temos explorado na aula, Freyre escrevia num momento histórico bastante peculiar, quando as teorias sobre arianismo e eugenia estavam em seu auge, mas que já estavam sendo desafiadas pelas teorias culturalistas dos antropólogos da escola de Franz Boas e Alfred Kroeber. CG&Senzala reflete essa confusão teorica, pois em vários momentos, Freyre parece utilizar as antigas teorias biologizantes para explicar a diversidade racial no Brasil, e em outros ele emprega explicações sócio-históricas e culturais. Você deve descobrir e descrever pelo menos um exemplo no livro de ambos desses usos, demonstrando como é que as idéias de Freyre tendem pelo lado do determinismo biológico, ou pelo lado do determinismo cultural.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Leituras de Gilberto Freyre
Para finalizar a matéria, vamos ler seleções de Gilberto Freyre, Casa Grande e Senzala.
O material que deve ser lido é o Prefácio, e Capítulos IV e V.
Lembre-se que esse material representará a base do trabalho final do curso. Quero que vocês escrevem um trabalho - 2-5 páginas - mostrando e EXPLICANDO pelo menos dois usos de Freyre do conceito de "raça". Quero que um desses usos seja no sentido mais racista e tradicional, de "raça como fato biológico" e que o outro seja da maneira mais sociológica, ou seja, "raça como um estrutura social criada por condições históricas e sociais".
Como Casa Grande e Senzala é um livro intersticial - ou seja, ocupa um espaço intelectual que estava em transição do racismo clássico para o determinismo cultural - exemplos de ambos tipos de usos abundam no livro.
O prefácio, que discutiremos ainda essa semana, pode ser encontrado aqui.
(Peço desculpas por não ter colocado esse texto ainda no final da semana passada, mas eu estava passando mal com uma infecção intestinal. O resto do livro será disponível no Xerox do NUPEM ainda nessa semana.)
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Casa Grande e Senzala,
Freyre,
Raça no Brasil
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