sábado, 9 de julho de 2011

Artigo fascinante sobre a Q.I. e como essa muda situacionalmente


Pode  estar chegando tarde para alguns de vocês, mas segue abaixo um artigo fascinante, em inglês, sobre como a Q.I. pode variar de acordo com as circunstâncias. Resumindo, o argumento é que a pobreza cria suas próprias condições mentais. Ser pobre significa gastar recursos mentais só para sobreviver. Um exemplo: camponeses indianos fazem bem melhor em testes de Q.I. imediatamente após da colheita da cana - quando são relativamente prósperos - do que em outros momentos do ano, quando precisam preocupar-se sobre o dinheiro. 


O parte mais importante do artigo é marcado em amarelo.


The Unexamined Society

David Brooks, New York Times, 7.7.2011

Fortunately, today we are in the middle of a golden age of behavioral research. Thousands of researchers are studying the way actual behavior differs from the way we assume people behave. They are coming up with more accurate theories of who we are, and scores of real-world applications. Here’s one simple example:
When you renew your driver’s license, you have a chance to enroll in an organ donation program. In countries like Germany and the U.S., you have to check a box if you want to opt in. Roughly 14 percent of people do. But behavioral scientists have discovered that how you set the defaults is really important. So in other countries, like Poland or France, you have to check a box if you want to opt out. In these countries, more than 90 percent of people participate.

This is a gigantic behavior difference cued by one tiny and costless change in procedure.
Yet in the middle of this golden age of behavioral research, there is a bill working through Congress that would eliminate the National Science Foundation’s Directorate for Social, Behavioral and Economic Sciences. This is exactly how budgets should not be balanced — by cutting cheap things that produce enormous future benefits.

Let’s say you want to reduce poverty. We have two traditional understandings of poverty. The first presumes people are rational. They are pursuing their goals effectively and don’t need much help in changing their behavior. The second presumes that the poor are afflicted by cultural or psychological dysfunctions that sometimes lead them to behave in shortsighted ways. Neither of these theories has produced much in the way of effective policies.

Eldar Shafir of Princeton and Sendhil Mullainathan of Harvard have recently, with federal help, been exploring a third theory, that scarcity produces its own cognitive traits.

A quick question: What is the starting taxi fare in your city? If you are like most upper-middle-class people, you don’t know. If you are like many struggling people, you do know. Poorer people have to think hard about a million things that affluent people don’t. They have to make complicated trade-offs when buying a carton of milk: If I buy milk, I can’t afford orange juice. They have to decide which utility not to pay.
These questions impose enormous cognitive demands. The brain has limited capacities. If you increase demands on one sort of question, it performs less well on other sorts of questions. 

Shafir and Mullainathan gave batteries of tests to Indian sugar farmers. After they sell their harvest, they live in relative prosperity. During this season, the farmers do well on the I.Q. and other tests. But before the harvest, they live amid scarcity and have to think hard about a thousand daily decisions. During these seasons, these same farmers do much worse on the tests. They appear to have lower I.Q.’s. They have more trouble controlling their attention. They are more shortsighted. Scarcity creates its own psychology. 

Princeton students don’t usually face extreme financial scarcity, but they do face time scarcity. In one game, they had to answer questions in a series of timed rounds, but they could borrow time from future rounds. When they were scrambling amid time scarcity, they were quick to borrow time, and they were nearly oblivious to the usurious interest rates the game organizers were charging. These brilliant Princeton kids were rushing to the equivalent of payday lenders, to their own long-term detriment.

Shafir and Mullainathan have a book coming out next year, exploring how scarcity — whether of time, money or calories (while dieting) — affects your psychology. They are also studying how poor people’s self-perceptions shape behavior. Many people don’t sign up for the welfare benefits because they are intimidated by the forms. Shafir and Mullainathan asked some people at a Trenton soup kitchen to relive a moment when they felt competent and others to recount a neutral experience. Nearly half of the self-affirming group picked up an available benefits package afterward. Only 16 percent of the neutral group did.
People are complicated. We each have multiple selves, which emerge or don’t depending on context. If we’re going to address problems, we need to understand the contexts and how these tendencies emerge or don’t emerge. We need to design policies around that knowledge. Cutting off financing for this sort of research now is like cutting off navigation financing just as Christopher Columbus hit the shoreline of the New World.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

28.06.2011 Os Garotos da Minha Vida



O filme desse quarta feira foi Os Garotos da Minha Vida, direcionado por Penny Marshall. O filme retrata da vida de Beverly, uma garota inteligente de uma pequena cidade no interior dos EUA que, em 1967, fique grávida aos 15 anos de idade.

A discussão após do filme levantou algumas questões que vocês podem explorar em seus trabalhos finais, a cerca da interação entre culturas (na construção do gênero) e corpos físicos:

1) Em primeiro lugar, a relação de Beverly e seu pai foi altamente modificado pelo fato que a Beverly se transformou fisicamente de menina em mulher. Descreve algumas dessas mudanças no relacionamento dos dois.

2) A história inteira gira em torno do fato da gravidez de Beverly, que fique grávida aos 15 anos de idade. A gravidez é um fato biológico. No entanto, grandes mudanças socio-culturais tendem a acompanhá-la. Quais eram algumas dessas mudanças no caso de Beverly?

3) Como vimos anteriormente no filme Meninas, a gravidez em muitas culturas significa que a mulher e seu parceiro são adultos. No caso de Beverly, seu corpo era adulto, mas ela ainda era considerada criança quando ficou grávida. Quais eram alguns dos problemas que essa contradição causou para Beverly e sua amiga Fay, também adolescente e grávida?

4) Quais eram as consequências sociais para as mulheres que ficaram grpavidas no filme (Fay e Beverley)? E para os pais de seus filhos (Bobby e Ray)?

5) Quais eram algumas das consequências da decisão de Beverly de expulsar Ray da casa? Você acha que ela estava correta nessa decisao? Porque?

6) Finalmente, o filme demonstra que, embora é preciso (pelo menos por enquanto) duas pessoas para fazer um filho, talvez essas duas pessoas não devem constituir casal. Você acha melhor manter dois pais embaixo da mesma telhjado, mesmo que tiveram grandes conflitos? (Nota que não tem resposta correta para essa pergunta, mas você deve sustentar sua opinião com argumentos que vem dos textos: i.e. quais são algumas das possíveis efeitos socio-culturais de uma pessoa criar uma criança sozinha?)

domingo, 19 de junho de 2011

O Lutador e Informações Sobre o Trabalho Final do Antropologia (Enfermagem)

Entregando o Trabalho Final

A data para entregar o trabalho final é quarta, dia 6 de julho, na sala 303. O trabalho terá que ser entregue pessoalmente, em versão impressa, na minha mão até 17horas nesse dia. Eu estarei no Polo a partir das 9 horas, ou na sala dos professores ou na cantina, então pode me entregar em qualquer dessas áreas e momentos tambem.

Obviamente, quem quer entregar antes, pode. Estarei no polo todas as quartas e a maioria das segundas e quintas entre agora e o final do semestre.

Preciso tambem que vocês preenchem um formulário de avaliação do curso, portanto, peço que vocês me entregem o trabalho pessoalmente (em vez de mandar por terceiros). Se absolutamente precisar mandar o trabalho por terceiros, por favor, imprime o formulário e manda ele junto, preenchido. O formulário de avaliação deve estar no blog em algum momento da semana que vem.


Filme, 15/06/2011: O Lutador

O filme da terça-feira passada foi O Lutador, de diretor Darren Aronofsky e com Andy Rourke no papel principal do lutador Randy "O Carneiro".


O filme fala muito sobre a relação que homens (o gênero) mantêm com seu corpo, embora obviamente de forma exagerado. O Carneiro, como muitos outros homens, trata corpo de forma instrumenal, ou seja, como se esse fosse uma ferramenta de trabalho. Para O Carneiro, outros objetivos tomam precedencia e sua saúde física não é uma grande preocupação - pelo menos até a hora em que ele sofre de um ataque cardíaco fulminante.

A seguir, algumas perguntas que vocês podem usar para analisar O Lutador na ótica de masculinidades, corpos e cultura:

1) O Carneiro tem uma relação bastante instrumental com seu corpo, tratando esse como ferramenta. Dá pelo menos três exemplos desta relação e quais são os prováveis efeitos físicos destes. Em sua opinião, porque Randy se trata dessa maneira?

2) Homens também são notórios para privilegiar trabalho por cima de suas relações familiares. No caso do Randy, como é que isto é apresentado no filme? Quais são algumas das consequências que isto tÊm em termos de sua saúde?

3) Randy até pague para continuar na luta livre. Ele não está ganhando dinehiro com a profissão. Em sua opinião, porque que ele engaja neste tipo de comportamento? O que significa lutar para Randy? Quais síndromes físicos podem esperar o Randy se ele continue a lutar (além da morte por doença cardíaca, é clara - lembre-se da cena em que ele se encontra como os lutadores velhos e veteranos para assinar autógrafos).

4) Tanto Randy quanto Pam têm o mesmo problema: seus corpos estão envelhecendo e eles estão trancados em profissões que demandam corpos jovens. Na antropologia e sociologia, chamamos essas profissões de "profissões decadentes", pois o posicionamento do profissional decai na medida que envelhece. Compare e contraste as estratégias de Randy e Pam para sair de suas profissões.

5) O filme não mostra muito, mas podemos pensar sobre quais são algumas dos problemas físicos e psicológicos criados pela profissão de Pam (dancarina de strip tease). Quais são algumas dessas? Pense, em particular, nas razões que Pam decided não namorar Randy.

6) Pergunta obrigatória: embora o caso de Randy seja exagerado, a maneira que ele lida com seu corpo é bastante comum entre os homens. Por favor, descreve uma situação que você vivenciou em que um homem insistia em tratar seu corpo como ferramenta, mesmo contra as indicações dos profissionais da saúde. Se você não tem tido essa experiência, então reconte a história de um homem que você conhece que vai contra esse esterótipo.






domingo, 5 de junho de 2011

Supersize me! (a dieta do palhaço) (Alunos da Enfermagem)




Na quarta passad, assistimos nosso terceiro filme, o documentário "Supersize me! A Dieta do Palhaço", direcionado por Morgan Spurlock.

Temos uma série de perguntas que vocês podem usar para estruturar sua análise do filme. Uma dessas (a primeira, abaixo) é obrigatória:

1) Vocês acham que comer "fast food" é uma opção estritamente individual ou que existem fatores socio-culturais que condiciam essa opção, empurrando o indivíduo para comer no McDonalds? Use elementos do filme e da aula para justificar sua resposta (a definição de "cultura" pode ser bastante útil aqui).

2) Muitas famílias americanas comem fora hoje. Como é que esse fato social pode estar ligado ao fato biomédico de um aumento de peso e de obesiedade na população americana?

3) Como é que as mudanças estruturais dentro da família - particularmente o fato que ambos os adultos, homem e mulher, trabalham fora e que o ritmo de trabalho é cada vez mais exigente - pode ter aumentado o consumo de fast food?

4) Compare a condição física de Morgan quando ele começou sua experiência e sua condição física no final da experiência. Especifique alguns dos resultados da experiência. Foram o que os médicos previam?

5) Qual é o papel da "sedução das crianças" - estratégia empregada por McDonalds - na reprodução de McDonalds como opção de comida na vida adulta? Porque que as pessoas levam seus filhos ao McDonalds? Quais são alguns dos métodos que McDonalds usa para atrair as crianças e firmar sua marca? Quais são alguns dos possíveis resultados dessa "sedução" na vida adulta dessas crianças?

6) Qual é o impacto do aumento das porções na saúde dos consumidores do McDonalds? Porque que o McDonalds aumentou o tamanho das porções? Porque que os consumidores escolhem essas porções maiores?

7) Descreve o conceito do "meio ambiente tóxico de comida e excercício".

8) Quais são algumas dos problemas de saúde ligados a obesiedade? Como é que a opção cultural de onde e o que você come pode aumentar ou diminuir esses problemas? Dá exemplos vindo do filme.

9) Quais são algumas das dificuldades que os pais (e as escolas) encontram quando tentam ensinar às crianças como devem comere bem?

10) Os mesmos problemas documentado por Morgan existem no Brasil? Como é que o regime brasileiro compare com o americano?

11) A comida de McDonalds pode te viciar? Como?

12) Como é que o marketing e a política (ambos fatores sociais) podem impactar no regime americano e o fato biológico consequente da obesiedade?

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Tropicalia / Carmen Miranda Dada (alunos da biologia)



Vários alunos me informaram hoje que meu cérebro de 40+ me faliu de novo e que a música de Caetano que fala da "Carmen Miranda dada" é, de  fato, "Tropicália". Peço desculpas pela confusão e só posso dizer em minha defesa é que, além de ser velho, não sou especialista em MPB! :D

Bom, aqui pode-se encontrar o artigo em que Caetano fala da experiência de ver o sex de Carmen, que inspirou a música (o site contem o famoso foto então deve ser evitado pelas pessoas de disposições mais delicadas).

E aqui, é claro, é a música.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

2o Filme: Meninas (Antropologia Cultural para Enfermagem)



Nosso segundo filme foi Meninas, do documentarista Sandra Werneck. O filme retrata a gravidez de quatro adolescentes brasileiras, moradoras de comunidades carenetes do Rio de Janeiro.

Embora que seu olho é bastante clínica, a diretora nunca se deixa a cair em acusações ou moralismos ao respeito das escolhas e opções tomadas por Luana, Evelyn, Edilene e Joice, as quatro protaganistas do documentário. Vocês devem seguir a opção tomada pela diretora e fazer o mesmo: aqui não estamos interessados em se as meninas fizeram o correto ou não: estamos interessados nas mudanças culturais ocasionadas em suas vidas e - em particular - seus corpos por caus da gravidez e parto.

Algumas perguntas para vocês poderarem em sua análise do filme através da ótica de corpo e cultura:

1) Quais são as modificações nas práticas de corpo das meninas ocasionadas pela gravidez? Ou, alternativamente, quais modificações não aconteceram que talvez esperamos acontecer?

2) Após do nascimento do nenem, quais são algumas das modificações que acontecem na cultura da mães? Essas modificações foram esperadas ou não?

3) Quais foram as mudanças ocasionadas na vida social das meninas em suas famílias e na comunidade pelo fato de serem grávidas? E de serem mães?

4) Qual foram os papeis culturais dos país nesses processos de gravidez e nascimento?

5) Em termos do seu entendimento do uso dos métodos de controle de natalidade, você acha que as meninas foram bem preparadas? O que poderia ser mudado para melhorar o ensino de controle de natalidade para os meninos e meninas do filme?

6) Finalmente, a opção do aborto. Como é que o aborto foi visto pelas várias pessoas no filme? Se o aborto for legalizado, você acha que poderia mudar o comportamento das quatro meninas ou não? (Novamente, não estamos falando da moralidade do aborto aqui: simplesmente quero saber o que você acha das prováveis consequências da legalização na vida das pessoas retratadas no filme.)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

1o Filme: Dzi Croquettes (Antropologia Cultural para Enfermagem)






















O primeiro filme que assistimos em nossa série foi Dzi Croquettes, direcionado por Tatiana Issa e Raphael Alvarez. O filme retrata o grupo teatral do mesmo nome, seguindo sua carreira audaciosa durante os anos mais negros da ditadura brasileira. Para vocês que queiram mais informações sobre o grupo, esse blog aqui pode lhe oferecer recursos.

Ante e após do filme, pensamos em uma série de perguntas úteis que poderiam ser feitos sobre o nexo cultura/corpo e como o grupo expressava esse. As perguntas incluém:

1) Quais eram as regras culturais/sociais que os Dzi quebraram referente ao corpo, tanto em suas produções quanto em suas vidas fora do palco?

2) Quais são algumas das novidades culturais que os Dzi trouxeram para o cena teatral brasileiro. particularmente com referência ao corpo? Lembra que discutimos na aula sobre a questão da "cultura brasileira" e se tal coisa realmente existe. Eu apresentava a teoria de Max Weber de ação social, um comportamento humano ao qual os indivíduos vinculam um significado subjetivo e a ação. Sob essa ótica, os Dzi estavam combinando determinados significados, alguns vindo de meios sociais brasileiros e outros oriundos de fontes diferentes, para produzir uma ação social diferente. Como é que eles fizeram isto? Quais eram os elementos que combinavam no palco? Oriundos da onde?

3) Como é que os Dzi encaixaram no cenário cultural da época? O que que eles desafiaram com suas representações corporais e como? O que era radical no performance deles, dado o cenário socio-cultural do Brasil no início da década de 1970?

4) Oito dos Dzi já morreram e morreram jovens. 4 morreram de AIDS, 3 por assassinatos e 1 por anuerisma cerebral (condição que pode ser causada pelo uso de cocaina). Quais práticas de corpo poderiam ter deixados eles vulneráveis (e não, "homosexualidade" não é resposta adequada para esta pergunta). Alternativamente, quais práticas de corpo ajudaram eles a sobreviver determinadas situações que, provavelmente, teria matada eu e você?

5) Quais elementos culturais entraram em cena por causa dos Dzi? Suas práticas simbólicas foram adaptadas e utilizadas por quem? O que você reconhece no Brasilo de hoje, em suas práticas, que plausívelmente pode ter originada com os Dzi?







 6) Finalmente, olhando para a questão de gênero, o que que os Dzi aparentemente pregavam? Eram, como Liza Minelli dizia, um movemento avante-garde gay? Essa última pergunta é bastante subjetiva e não tem resposta certo ou errado: simplesmente quero saber o que vocês acham.